Mancando Livre: Carta de adeus ao Panetone
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 Querido Panetone, 

  Eu te amo, mas não podemos viver assim: 
 eu cortando você em pedaços e você me engordando sem parar.
  Quando o amor deixa o casal infeliz, é hora de parar. 
 Amor não é sofrimento.
  Apesar da sua massa macia e suave, tem aquelas frutinhas cristalizadas de toda relação. 
 Acredite, vai ser melhor pra nós dois. 
 Você fica com sua integridade, e eu com minha cintura. 
 Continuarei olhando você com ternura e desejo, mas sabendo que já não nos pertencemos mais.
 Adeus, Panetone.
 Foi doce, foi bom, mas deixou marcas que agora a blusa comprida precisa encobrir... 

 Adeus...


 Resposta do Panetone:
Querida, 

Primeiramente quero dizer que o que engorda não é o que te delicia entre o Natal e o Ano Novo, mas tudo o que você come entre o Ano Novo e o Natal; portanto, reveja seus fundamentos.
 Sei da sua admiração por mim e que sua decisão de me deixar está muito mais ligada à sua incapacidade de administrar seu peso do que a qualquer insatisfação comigo.
 Sinto pela separação, mas ainda vamos nos encontrar. Assim como minha massa é mole, a carne é fraca.
 Você ainda vai ter uma recaída. Não encare isto como uma praga, mas sabedoria de quem entende muito de
tentações.
 Acho que você está carente. Se eu tivesse bracinhos, dar-lhe-ia um abraço. 

 Por enquanto, do seu sempre...
Panetone 

Contribuição: Regina K. Brondi 

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